Com dezoito anos em 1956 fui para o Rio de Janeiro. Trabalhei como servente de pedreiro, balconista de Butiquim e balconista de Padaria, onde cresci e cheguei a Gerente da Padaria no Largo da Abolição. Não foi fácil. Ao chegar no Rio, percebi que chegara a hora de estudar. Fui para uma Livraria e contei minha estória para a uma atendente que se prontificou a me ajudar, com livros, jornais e revistas, onde aprendi tudo o que era possível. Prestei concurso para a empresa LIGHT e para minha alegria fui aprovado. Porém não aceitei o emprego, pois recebi a maravilhosa notícia de que seria promovido a gerente da padaria no Largo da Abolição.
A cada dia eu sentia a necessidade de vencer e me dedicava às leituras ao meu trabalho. Com 22 anos retornei a minha terra natal e comprei o BARRACÃO (pequena loja) da fazenda onde fui criado, e me tornei empresário. Neste dia eu tive o dia mais feliz da minha vida, reencontrei a MARIA, minha amiga de classe. Eu fiquei tão emocionado quando a vi, que ela me pediu uma tabuada, e eu respondi que não tinha. Ela então mostrou-me que tinha sim.
Neste mesmo dia eu a pedi em namoro, não esquecerei a data 09/03/1960. Em 09/02/1961 nos casamos, de 1962 a 1968 fui Administrador da Fazenda Queimada que criava gado nelore. E em 1969 a convite de meu irmão vim à São Paulo para ser vendedor. Realizava, assim, um sonho que nutria desde quando trabalhava como gerente na padaria. Saí do Nordeste com 05 filhos, 02 sacos de roupas e muita coragem para lutar. Meu objetivo era criar meus filhos com saúde, paz e tementes a DEUS. Com minha família comecei a participar ativamente da Paróquia Nossa Senhora Perpetuo Socorro. Logo depois, nasceu minha caçula.
Passei 11 meses sem almoçar, pois deixava o dinheiro para a necessidade de meus filhos e esposa. Como não conhecia bem a cidade de São Paulo, então caminhava do centro de São Paulo até São Miguel Paulista para efetuar minhas vendas. Com o passar do tempo comecei a observar que o governo incentivaria as empresas brasileiras a crescer, eu passei a acompanhar este assunto e a diversificar meu produto não vendendo apenas ferro e ferramentas importadas. Em 1969 me tornei vendedor autônomo, em 1976 senti a necessidade de montar minha própria empresa.
Carreguei comigo os princípios dos nordestinos, honestidade tem que estar acima de qualquer suspeita, adquiri credibilidade e respeito com as empresas e com o ser humano. Assim fui construindo a REPRESENTAÇÕES FREITAS com sólidos conceitos empresariais e familiares, pois a REPRESENTAÇÕES FREITAS é a minha 2ª família.Com ela provo que venci várias barreiras e preconceitos por não ter estudado.
Meus filhos se tornaram sócios, se formaram e optaram por ficarmos juntos. Somos sim família, mas também somos sócios.